O álcool etílico é a droga mais usada no mundo e da qual há maior abuso. Em bebedores ocasionais , um nível de álcool sangüíneo de 200 mg/dl produz embriaguez, coma e morte e, com níveis de 300 a 400mg/dl, parada respiratória. Consumidores habituais podem tolerar níveis sangüíneos de álcool de até 700mg/dl. Ainda que não tenha sido identificado nenhum receptor específico para o etanol, o uso crônico induz dependência física e psicológica. A base biológica para esta dependência é desconhecida, embora fatores genéticos pareçam estar envolvidos. O metabolismo do etanol é diretamente responsável pela maioria de seus efeitos tóxicos. Adicionalmente à sua ação aguda como depressor do SNC, o uso crônico do etanol pode provocar uma vasta faixa de efeitos sistêmicos. Alguns destes efeitos crônicos podem ser atribuídos a deficiências específicas de vitaminas; por exemplo, lesões dos sistemas nervosos central e periférico são relacionadas à deficiência de tiamina, enquanto outros efeitos sistêmicos resultam da toxicidade direta. O etanol pode causar degeneração hepática gordurosa, por exemplo. Degeneração gordurosa é uma manifestação aguda e reversível da ingestão de etanol. No alcoolismo crônico, o acúmulo de gordura pode causar aumento maciço do fígado. Os mecanismos bioquímicos responsáveis pela acumulação de gorduras nos hepatócitos são:
- O catabolismo da gordura pelos tecidos periféricos está aumentado e há um aumento da entrega de ácidos graxos livres ao fígado.
- O metabolismo do etanol, no citosol e seu derivado, acetaldeído, na mitocôndria, converte a forma oxidada da nicotinamida-adenina dinucleotídeo(NAD+) à forma reduzida NDAH; um excesso de NADH sobre NAD, estimula a biossíntese de lipídios.
- A oxidação dos ácidos gordurosos pela mitocôndria fica diminuída.
O acetoaldeído forma compostos com a tubulina e desorganiza a função dos microtúbulos, o que resulta na diminuição de transporte de lipoproteínas hepáticas. Outra forma de lesão hepática pelo abuso de álcool é a hepatite alcoólica aguda. Mesmo que a alteração gordurosa seja assintomática, exceto pelo aumento de volume do fígado, a hepatite alcoólica pode produzir febre, hipersensibilidade hepática e icterícia. Ao exame histológico, encontra-se áreas de hepatócitos necrosados e de lesão celular manifestada por acúmulo de gordura e de corpúsculos hialinos alcoólicos, ou corpúsculo de Mallory. Neutrófilos acumulam-se em torno dos focos de necrose. Etanol e seus metabólitos são diretamente tóxicos para os hepatócitos. Com o consumo crônico de etanol, 10% a 15% dos alcoólicos desenvolvem lesão hepática irreversível, a cirrose alcoólica. Esta condição caracteriza-se por um fígado duro, contraído, com formação de micronódulos ou focos de hepatócitos regenerados envoltos por faixas densas de colágeno. A cirrose hepática é uma doença grave, potencialmente fatal que se manifesta por fraqueza, desgaste muscular, ascite, hemorragia gastrointestinal e coma. O uso contínuo de bebidas alcoólicas está associado com um aumento da incidência do câncer da cavidade oral, faringe, esôfago, fígado e, possivelmente, da mama. Ainda que o etanol não seja um carcinógeno direto, um de seus metabólitos, o acetoaldeído, pode atuar como um promotor de tumor. A toxicidade direta do etanol pode lesar, também, os músculos esqueléticos , do que resulta fraqueza muscular, dor e degradação da mioglobina.
o alcool devia ser considerado droga e assim como o cigarro deveria ser proibido o comsumo exagerado.
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